sexta-feira, 5 de março de 2010

O menino e o barquinho

(foto por Flaviele Leite. In: http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)


O menino veleja na cama,
Ondas dos cabelos guiam,

Arma lençóis como marinheiro ama-mar,

Indaga tubarões temporais;

Vendavais dos pesadelos...
Naufraga de cansaço!...

Mamãe é sereia a embalar o mais doce dos sonos!...

MAR À VISTA

Eu não sei,
que será de mim!
Eu não sei
e nada me importa saber
eu só sei,
que havia um mar à vista ali
você passou assim por mim
e eu me perdi.

(Djavan)

O menino doente

O menino dorme.

Para que o menino
Durma sossegado,
Sentada ao seu lado

A mãezinha canta:

— "Dodói, vai-te embora!

"Deixa o meu filhinho,
"Dorme . . . dorme . . . meu . . ."

Morta de fadiga,

Ela adormeceu.

Então, no ombro dela,

Um vulto de santa,

Na mesma cantiga,
Na mesma voz dela,
Se debruça e canta:

— "Dorme, meu amor.

"Dorme, meu benzinho . . . "


E o menino dorme.


(Manuel Bandeira)

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