segunda-feira, 26 de outubro de 2009

LESTE


Sinto-me a última... Não que eu queira ser a primeira...
... Mas gostaria de ser única!...
Não que eu me encare como ser raro...

... Mas gostaria de fazer a diferença...

Indiferente da posição ocupada...
Ser o alguém pelo qual possam chorar sem medo do ridículo...

... Sou ridiculamente um eu que mergulhou... e quer voltar para a segurança do leste...
... Mas não controlo mais... Last... voo ao norte ainda...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fase morta, sem muito o que dizer... lagarta de mim...


"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu..." (Chico Buarque)

Sol... não vem só...

Nuvem: Chuva ou bom tempo, Mario?

Aqui... chove!...

Deixemos molhar...

Escoem as dores que não se vê...

Filtrem a mágoa que não se crê...
E a borboleta... Volta a ser lagarta?

Não há almofada de seda...

Estou largada, atada... fiz-me empalhada...

Há muros cegantes...

Até mais, viajante!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dessabor


Dia enfadonho
Lágrima gratuita
... sem gosto!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Carta a quem (SE) parte...



Acordei chorando... Por isso escrevo-lhe...

Meu jardim de rosas... Recebeu doses elevadas de agrotóxicos raivosos...
... Mas brotam árvores que ficarão altivas... Abrigarão pássaros canoros...
Hoje já não há espinhos...

Lembro-me: o amor... O amor não esvaece... Não é fumaça...
Já não quero saber a frequência com que invado seus pensares...
Sinta-o... Onde quer que esteja...

Quais as cores que lhe prenderiam?
Não, já não há cores para ti...

Posso torcer para que sua viagem seja agradável...
Não sou mais sua companhia... mas enquanto semeei amor...foi de verdade...
Sempre... Sempre é muito tempo... e é com essa periodicidade que você parte...
Sinto-me leve... seja feliz...
Que você sorria...

Raio do meu âmago comece a clarear noutros horizontes...
Leve-me toda forma de tristeza para que em mim floresça

Um novo ser, já que tu partes em vão e sob minhas mãos

tão pequeninas, ainda carrego a flor que tu deixaste

Este sofrimento me vem e não de agora

Sentia-me órfã com você ao meu lado

Vivia esperando em meus anseios que

Tu suprisses esse vazio que em meu peito sinto

Mas tu não leva de mim apenas velhas chagas,

Leva-me amores e desamores...


E já não tenho raiva de ti...

Tu se foi... e eu estou aqui...

Gritando por uma vida nova...


A janela de mi'alma recebe raios de sol...

Brisas, aromas do campo...

Mágoas os ventos levam...

Cortinas se abrem e mostram-me novas paisagens!...


Seu perfume, nossos andares...
Passos fora do compasso...

Lembranças que partem com suas malas!...

Peito a sorrir... despeço-me!

Gargalho para os galhos dos pinheiros que se curvam...

Respiro melhor...


Olhai os pássaros ao redor

Colhei dos lírios, semeai amor...

Onde estiver e para onde for

Eu... eu quero voar!


*Suave e sensível parceria com Jair Fraga!...

VERSOS DO CINZA DO DIA


Dia cinza... e dedos quentes a digitar;
Palavras de camomila espargem;
Quisesse acalmar meu ser a gritar;

Pudera ver-te em minha vida, folhagem.


Incessante luta do pensamento...

Não, já não te esqueço... audaz tormento...


A insônia apontando você

E o coração aqui... tão dentro;

Resignado... perco-o sem buscar o porquê.


Sou fragmentos a bombear... o que se divide

Um dia nublado... e o não saber que envide...


Em linhas invisíveis desenho passos ;

Trilhas que segues de olhos fechados...

Tinjo monocromáticos erros crassos -

Colorir, modificar... adornar o encerrado...

As luzes se apagam... dormir, não poderia

Tateio lembranças do que poderia...


Sentir que será nosso esse chão multicor...

O relógio canta minha hora, caminho...
Camomila atua... sonífero de doce odor

Repouso dúvidas... você: cinza e sozinho.


Nômade de emoções atiradas ao vento
Residências longe da felicidade... sem rima final...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Água de pedúnculo



Água que banha mi'alma...
... da haste da rosa, do caule do ser.
Banho de reedificação de pétalas.


Pedúnculo de ouro, dúctil, luzido...

... Eletricidade conduzida
- vida desabrocha;
Uma única ostentação:
verdade do sentir;
Não se comercializa, não se funde
[água se incorpora.

Tempo do banho... que não se cobra
Não se pode medir a força da torrente

Ouro boiando nas água das hastes
Perfume que me cria perfume.

Tudo se faz claro...
Equilíbrio e natural perfeição
Olhares que se falam...
Medos que impedem...
Águas de sustentação...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sentir-me plena...


De tanto amor que lhe tenho,
O coração é quem toca seus lábios;
Em beijos ternos...
Predispostos a tornar-nos um...

Cada verso brada como singular,
Palavras que se conversam,
Vivas pela força imbricadas -
Por sentires únicos... faz-me plena...

Desconheço medida capaz de sintetizar:
Sensações, pulsares... saudades!...
Se amor é o maior que se possa...
Que amor seja e reticências!...

O coração inflou...
Como balão de bons ares...
Não voa, cá fica... e não se descreve:
O que não cabe em vocábulos...

O que sinto... completude por amar e ser amada!...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sono pensante...


Acordei, mas não sei se acordei!...
Não tão simples para explicar
[bem sei...

Muitas coisas a pensar...
Dúvidas, incertezas...
O casulo finda...
Pronta para encarar fraquezas?

No peito: pessoas de brilho singular
... e o pensamento a sorrir com ironia:
Cada qual está onde deveria ficar?

No jogo dos questinamentos o sono não-sono
... o sonho não-sonho...
Ansiedades a perturbar tique bisonho.

A sensação de amar demais...
... como se houvesse medida-síntese
- determinar o que flui perseverante,
O que torna qualquer razão incapaz...

Estou dormindo ainda!...
Estou crisálida do não saber...
Invólucro de mim mesma...
... Por não cuspir o quê...