quarta-feira, 31 de março de 2010

Selo

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Pequeno mimo aos blogs:

- Divagações AlendaLua;
- Fuga do Intelecto;
- Meu divã é na cozinha;
- Meio pau!


... Como disse... aos poucos distribuo ;)

Deixarei por uma semana...

Abraços a todos!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Do Kiwi que quiuía...

(foto de Flaviele Leite. In:http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl )

A aparência mais que âmago
- Sapiência do recém-nascido...
O exterior amacia
- Mãos cegas!...

Do choro choroso...


O choro toca, balança,

Não cansa... Agita...

... Lágrimas plangentes no salão...

Coração é mais tantan que tuntun!...

terça-feira, 23 de março de 2010

Josi

(Foto de Flaviele Leite. IN: http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)


Josi é outra...
Outra face ou mesmo corpo...

A ocupar idêntico espaço?...
Ou outro passo...

A caminhar no espaço entre nós?
...
Ou é enlace da qual não desfaz...
Pudera ser fugaz - trem-bala!...

... Ou atendente a recepcionar:

Breu com dono,

Flutua, viaja, some?...

Ou apenas equívoco de articulação fonética?!...

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Eu te amo", de Tom Jobim e Chico Buarque


... Ao acaso encontrei uma análise semiótica da música!... Trata-se de um artigo de Peter Dietrich, na qual discorre sobre a relação entre o texto linguístico e o texto musical, levantando as relações existentes entre os elementos... Resumidamente: símbolos... Eis que compartilho parte dele, bem como a letra!... Sem matar o sentido individual... ;)

EU TE AMO                                                      Composição: Tom Jobim / Chico Buarque
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.


(...)O amor relatado pelo narrador não é apenas intenso. Ele é, literalmente, visceral. Podemos verificar esse fato principalmente nos versos: 'Já confundimos tanto as nossa pernas/ Diz com que pernas eu devo seguir', 'Se na bagunça do teu coração/ Meu sangue errou de veia e se perdeu'. Sujeito que ama e objeto amado se entrelaçam e se confundem (...) Nestes versos podemos perceber que a proximidade entre os amantes é tanta que chega mesmo a superar o conceito de proximidade: estamos diante de um amor que chamaremos de 'fusional'(...)
O mundo em que este amor acontece não faz fronteira com o mundo externo ('Rompi com o mundo/ Queimei meus navios'), nem tampouco é limitado temporalmente ('perdemos a noção da hora', 'noites eternas').
(...)
Seguindo as estrofes da canção temos o seguinte padrão melódico: AB CD CD C. É importante notar, desde já, que esta é uma estrutura inusitada(...) temos uma estrutura assimétrica (...) O tema melódico das partes A e C é construído a partir de uma escala cromática, ou seja, uma escala que 'anda' de meio em meio tom. Nesta canção as notas estão portanto absolutamente coladas: não há espaço possível entre uma nota e outra. Já nas partes B e D, podemos observar a presença de diversos saltos intervalares: é a manifestação da disjunção, da descontinuidade (...)"

Levanta-se a aprendizagem...

(Foto tirada por Flaviele Leite. In: http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)

Na interação checamos hipóteses,
... E similitudes são averiguadas!...

Em intervenções constantes

Avança-se à doce constatação:

De um gostar sem tabelas!...

Ações são intensificadas,

A sincronia é embalada por batidas invisíveis,

Sem que se excluam outras...


... Estabilidade espontânea que desabrocha em sorrisos recíprocos!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Há tempos não canto amor...

(Foto por Flaviele Leite. IN: http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)
Amor é rosa instável que ora perfura, ora perfuma;
Sorrateira, domina veias, de duas aortas, deixa uma.
Flecha que tange em um corpo já oco;

O que nos fere, depois adere e centímetro é pouco!...

Eu amo e cantar basta ao meu coração;

Sou amada e sentir é a certeza-explosão!...

Estou em um dia fatigado...

(Foto por Flaveiele Leite. IN: http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)

Ouço o castanho de seu olhos bramir:
- Respiração densa também é bronca
E a insatisfação encobre a raiva!...


Olhos nos ouvidos, lábios na linha:

Balbucio ao léu desejo de aproximar,

Vontade rouca de tocar o que escorre,

E o querer é encoberto por nuvens mandrionas...

... E no caderno sem pautas suspiro:
Leveza entorta, espantados por sussuros...

Por fim, tédio evidenciado!

domingo, 7 de março de 2010

Para os amigos...


... Excerto em especial a meu amigo poeta que apenas começou a ler ;)
O Pequeno Príncipe
...
Recomendo e releio!...

Abraços!
... que deixemos-nos cativar!...

"(...)O pequeno príncipe escalou uma grande montanha. As únicas montanhas que conhecera eram os três vulcões que batiam no joelho. O vulcão extinto servia-lhe de tamborete. "De uma montanha tão alta como esta", pensava ele, "verei todo o planeta e todos os homens..." Mas só viu pedras pontudas, como agulhas.

- Bom dia! - disse ele ao léu.

- Bom dia... bom dia... bom dia... - respondeu o eco.

- Quem és tu? - perguntou o principezinho.

- Quem és tu... quem és tu... quem és tu... - respondeu o eco.

- Sejam meus amigos, eu estou só... - disse ele.

- Estou só... estou só... estou só... - respondeu o eco.

"Que planeta engraçado!", pensou então. "É completamente seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor; e era sempre ela que falava primeiro."

Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.

- Bom dia! - disse ele.

Era um jardim cheio de rosas.

- Bom dia! - disseram as rosas.

Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.

- Quem sois? - perguntou ele espantado.

- Somos as rosas - responderam elas.

- Ah! - exclamou o principezinho...

E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ele era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!

"Ela teria se envergonhado", pensou ele, "se visse isto... Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade..."

Depois, refletiu ainda: "Eu me julgava rico por ter uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um, talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito poderoso..."

E, deitado na relva, ele chorou.

E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia - disse a raposa.

- Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, olhando a sua volta, nada viu.

- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? - Perguntou o principezinho. - Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa - disse a raposa.

- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...

-Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.

- Ah! Desculpa - disse o principezinho.

Mas, após refletir, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?

- Procuro os homens - disse o pequeno príncipe. - Que quer dizer "cativar"?

- Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?

- Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. Significa "criar laços"...

- Criar laços?

- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. - Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível - disse a raposa. - Vê-se tanta coisa na Terra... (...)"

Trecho de O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry.

sábado, 6 de março de 2010

Sobressaltos incoerentes... ou sim...

(foto por Flaviele Leite. IN:http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)

Queria que você lesse últimas palavras...
Queria que você lesse minhas últimas palavras...
Queria que você me lesse...
... E ainda assim, escrevo sabendo que sou eco vazio...
Reflexo da sombra que quis ser sombra...
Se és sombra de si mesmo...
Sou sombra ansiosa a carregá-lo para o sol...
Fraquinha... cof cof...
... Tosse ruborizada por não suportar;
Engasgada para ser lida com olhos carregados de amor!...
Rascunho poético da insistência!...
Até quando!...

sexta-feira, 5 de março de 2010

O menino e o barquinho

(foto por Flaviele Leite. In: http://www.flickr.com/photos/flaviele-apl)


O menino veleja na cama,
Ondas dos cabelos guiam,

Arma lençóis como marinheiro ama-mar,

Indaga tubarões temporais;

Vendavais dos pesadelos...
Naufraga de cansaço!...

Mamãe é sereia a embalar o mais doce dos sonos!...

MAR À VISTA

Eu não sei,
que será de mim!
Eu não sei
e nada me importa saber
eu só sei,
que havia um mar à vista ali
você passou assim por mim
e eu me perdi.

(Djavan)

O menino doente

O menino dorme.

Para que o menino
Durma sossegado,
Sentada ao seu lado

A mãezinha canta:

— "Dodói, vai-te embora!

"Deixa o meu filhinho,
"Dorme . . . dorme . . . meu . . ."

Morta de fadiga,

Ela adormeceu.

Então, no ombro dela,

Um vulto de santa,

Na mesma cantiga,
Na mesma voz dela,
Se debruça e canta:

— "Dorme, meu amor.

"Dorme, meu benzinho . . . "


E o menino dorme.


(Manuel Bandeira)

Ele não gosta de doce...

(Mais uma imagem sensível, por Flaviele Leite. IN: http://www.fotolog.com.br/flavielephotos)


Papilas gustativas, gustam do acre;
Ele somente aprecia o sem mel;
E por gostar da sacarose - amargo no sem-afago;
Espargem-se fagulhas que perduram em fel;
Receptor sensorial do paladar a não sentir:
O terno do melaço a regar o porvir...
E, assim, tudo acaba em cocada sem condensar!...