sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Resenha: Um Artista da Fome - Franz Kafka

(Imagem retirada do Google)




 Enquanto meio de expressão e operação construtiva, o conto “Um Artista da Fome” é o indicado hoje. Franz Kafka soube, brilhantemente, trabalhar com imagens assumidas e recodificadas pelo discurso, originando um conjunto de elementos de apreensão muitas vezes difícil, dada a complexidade presente em sua obra.
Quando Franz Kafka expõe um jejuador profissional “trabalhando” e sendo admirado por algumas crianças:
“Maravilhando-se ante o homem pálido, de costelas salientes, que vestia justas calças negras e não tinha sequer uma cadeira, sentando-se na palha espalhada no chão (...) estendendo de vez (em quando) o braço através das grades, para que verificassem como estava magro” (KAFKA, 2007, p.3).
 Deparamos-nos, neste trecho, com a descrição do estado físico em que se encontrava o jejuador, atendo-se ao uso de expressões adjetivadas: “homem pálido”, “costelas salientes”, “justas calças negras”, para exprimir e destacar a situação do mesmo, assim como a ideia de condição inferior, buscada por si próprio. 
Kafka propõe até mesmo a desumanização do que, em uma visão exterior, seria humano, tanto é que coloca o jejuador em uma situação inferior, e porque não, animalesca, por ser portador de uma significação maior. 
O ABSURDO na obra de Kafka ganha dimensões sensoriais e emocionais...
Recomendo!

Nadine Granad.

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