(Imagem retirada do Google) |
Enquanto meio de expressão e operação construtiva, o conto “Um Artista da Fome” é o indicado hoje. Franz Kafka soube, brilhantemente, trabalhar com imagens assumidas e recodificadas pelo discurso, originando um conjunto de elementos de apreensão muitas vezes difícil, dada a complexidade presente em sua obra.
Quando Franz Kafka expõe um jejuador profissional “trabalhando” e sendo admirado por algumas crianças:
“Maravilhando-se ante o homem pálido, de costelas salientes, que vestia justas calças negras e não tinha sequer uma cadeira, sentando-se na palha espalhada no chão (...) estendendo de vez (em quando) o braço através das grades, para que verificassem como estava magro” (KAFKA, 2007, p.3).
Deparamos-nos, neste trecho, com a descrição do estado físico em que se encontrava o jejuador, atendo-se ao uso de expressões adjetivadas: “homem pálido”, “costelas salientes”, “justas calças negras”, para exprimir e destacar a situação do mesmo, assim como a ideia de condição inferior, buscada por si próprio.
Kafka propõe até mesmo a desumanização do que, em uma visão exterior, seria humano, tanto é que coloca o jejuador em uma situação inferior, e porque não, animalesca, por ser portador de uma significação maior.
O ABSURDO na obra de Kafka ganha dimensões sensoriais e emocionais...
Recomendo!
Nadine Granad.
Interessante! Eu vou começar a ler "Metamorfose", de Kafka também. :)
ResponderExcluirBeijos. Au revoir.
Instigante a resenha, que Kafka seja soprado aos quatro ventos.
ResponderExcluirExcelente.
ResponderExcluirBeijinhos
Maria
Obra magnífica, como todas as de Kafka. Ótima tua referência a ela! bjos
ResponderExcluirGostei!
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