Ele dormiu e roncou:
Sílabas poéticas saltaram,
Inundaram seu travesseiro...
Sou a moça da lavanderia -
- Fronha imprópria para sabão...
Notará que levei para mim?
Poemas, críticas, resenhas, abuso de reticências, desabafos e versolivrismo e livreversismo...empadinhas com um único palmito... Ideias sufocadas...
domingo, 28 de maio de 2017
quarta-feira, 24 de maio de 2017
O voo da coruja
![]() |
Foto pessoal da minha coleção (e amor) de/por corujas |
Ela voou, voou...
Para lá que eu vou?
Não, não sabe-se onde pousará agora...
Clarividente da noite,
a lua como guardiã defronte,
ondas a cintilar o breu lá fora...
Tente não segui-la, não ouvi-la voar...
O canto é dor, desamor no chirriar!...
Talvez os us e us são monossílabas d'outrora...
Regressará à Atena, volta em inspiração,
dorme satisfeita, presa na própria audição...
É preciso deixá-la ir embora.
sábado, 20 de maio de 2017
Coffee Break XVIII
Entre um gole e outro de cappuccino,
- Sem café puro para mim -
A chuva lá fora era menor que a dentro,
Goteiras doces, desabamentos inevitáveis...
Capisce?
- Sem café puro para mim -
A chuva lá fora era menor que a dentro,
Goteiras doces, desabamentos inevitáveis...
Capisce?
terça-feira, 16 de maio de 2017
Ele e a máquina de escrever
![]() |
(Imagem retirada do acervo: Getty Images) |
São poucas teclas,
Não, poucas sílabas...
Há um medo intermitente,
Há uma febre que oscila...
Em seus dedos há um peso,
Sobretudo, anula...
Não há como apagar tudo,
A máquina desdenha...
O que tecla é leve,
Mas as teclas pesam...
Sente dores, palpitações,
Tictic, tictic, tictic, plim...
Lido: se futuro presente,
Enquanto martela, flutua...
O papel acaba, sílabas também,
Precisa de ar, sai sem a máquina...
O cilindro gira, nova folha,
A ausência não impede...
Alavanca de entrelinha,
Folha voa, ganha vida...
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máquina de escrever,
monossílabas,
palavras,
poema
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Curta o curto LXIX
A dança nova é um renovar,
Há refletores,
Poucos atores,
Saltos que descalçam...
Alivio aos calos e ao ar!...
E a música?
Canções infindáveis...
- nunca chega a última...
Há refletores,
Poucos atores,
Saltos que descalçam...
Alivio aos calos e ao ar!...
E a música?
Canções infindáveis...
- nunca chega a última...
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Um pouco sobre platonismo...
Não, não discorrerei sobre a filosofia tratada por Platão... O fato é que tenho duelado com minhas próprias questões. Carrego uma mistura de filosofia e poesia muito pessoais para conseguir argumentar sobre transcendência de ideias do plano da matéria...
Sou uma matéria que não se aprende em livros... Ah, não era isso?
É provável que as afeições contemplativas sejam possíveis de explicações pelo viés psicológico, inclusive. A situação é que em meu universo não encontro as respostas que gostaria, quando (ou quanto?) ao menos não sei as perguntas...
Sou idealizada e idealizo, quase uma constante. Tenho uma frequência cardíaca que costuma parar - morre-se por segundos... Em minha essência sou amor, sim, o amor também uma questão digna de nota aos filósofos... Mas o amor me tem sido tão complexo, tão singular, deixaria qualquer ser mais racional em estado de perplexidade (ou não?). Isso para esboçar que, se em essência sou amor, em ausência sou confusão... E essa bagunça arrumo sozinha, não há sublimação: caminho sobre sentimentos e alguns descubro serem navalhas!... Sangro e isso é ser comum - finda qualquer idealização...
Eu transpiro poesia, não porque trabalho a palavra... Eu a engulo e, quando não a cuspo, transpiro incessantemente... Por isso, não poderia receber o amor que mencionei antes... Esperava, como de fato o é, a idealização, ser o mote poético de alguém... Sou coberta por perfumes raros, depois preciso seguir quase seca... E o que vem depois? Uma chuva a molhar-me, e eu gosto!...
Quando prevejo, estou forte? Errado. Admiro a possibilidade de me permitir estar enganada, ser tocada e tocar... A frustração prevista vem com um bonito laço de cetim, pede-se para ser desfeita, vou adiando o desembrulhar... Então, desembrulho e eu mesma também me desembrulho!... Fico menos poesia, embora a essência esteja ali, fico um pedaço, um pedaço de carvão em brasa que pede por um abraço, mas queima... Meu presente é inevitável... Sim, mais um platonismo!...
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platonismo
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Miragens na cidade
Os prédios que outrora estavam,
As casas que abrigavam,
As terras que deslizavam.
(Geram consequências...)
Estar já era menos presença,
Abrigo já era quase doença,
Deslize já era qualquer desavença...
(Vê-se o que não quer...)
Presença, quase um mal-me-quer,
Doença, quase origina novo flâneur,
Desavenças, quase lágrimas quaisquer...
(Mata-se pela ausência de reciprocidade...)
- Miragens na cidade?
As casas que abrigavam,
As terras que deslizavam.
(Geram consequências...)
Estar já era menos presença,
Abrigo já era quase doença,
Deslize já era qualquer desavença...
(Vê-se o que não quer...)
Presença, quase um mal-me-quer,
Doença, quase origina novo flâneur,
Desavenças, quase lágrimas quaisquer...
(Mata-se pela ausência de reciprocidade...)
- Miragens na cidade?
Curta o curto LXVIII
Eu vi alegrias em telas...
Elos que iam, enquanto eu vinha...
A falta de necessidade (sua) e o (meu) excesso de amor me obrigam a desligar(me)...
Elos que iam, enquanto eu vinha...
A falta de necessidade (sua) e o (meu) excesso de amor me obrigam a desligar(me)...
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